A song

12 março, 2010

Hoje

Hoje chorei. Há muito que não chorava. Mentira, choro todos os dias, apenas não choro em público. Ouvi à volta de quinze vezes a expressão “o que se passa? Diz lá” e respondi a duas dessas questões. Chorei de manhã até á tarde e da tarde até á noite. E chorei porque? Já se devem estar a perguntar. Recebi um sete a história. Que mau, devem estar a exclamar… mas não foi isso. Terá sido por o teste de espanhol me correr mal? Epá, se calhar… Quer dizer, não. Então é o que? Epá, gosto dela. Dela? Dela quem? Dela… Gosto dela. Como se chama? Não sei, mas gosto dela. Porque? Porque sim, porque gosto simplesmente. Como é que ela é?
É linda, tem uns olhos lindos, tem um cabelo lindo, tem um olhar lindo. Não a consigo descrever assim. Nem eu. Que idade tem? Tem mais ou menos que a minha. Não ajudas em nada. Ela não me ajuda a mim, porque tenho eu que te ajudar a ti?
Porque choras? Também não sei. Então, porque estás sozinho? Estou á espera dela. Mas dela quem? Ninguém. Vens comigo? Vou, se prometeres que me trazes outra vez. Promete-me primeiro que não vais chorar. Não nasci para quebrar promessas, por isso, daqui não saio. Mas amas essa pessoa? Sim. Sabes quem é? Não, só um palpite.

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